Recentes estudos realizados
pela OEA têm demonstrado que, em todos os países onde houve algum nível de
liberação das drogas, o consumo aumentou entre os jovens. Porem nos lugares
onde houve maior tolerância com a maconha, seu consumo aumentou em razão da
queda no preço do produto, verificando-se, também, um maior consumo de outras
drogas perigosas. Este é o caso de Portugal, Áustria, Holanda, Reino Unido,
alguns Estados americanos e o Brasil – onde, em 2006, a legislação abrandou a
pena para o consumidor.
Pesquisas apontam que o Brasil
tem o maior mercado consumidor de crack do mundo e em segundo de cocaína, temos
perto de 10 milhões de jovens “nem-nem” (aqueles que nem trabalham, nem
estudam), um consumo frenético de Rivotril (ansiolítico, o segundo medicamento
mais vendido no país, algo em torno de 14 milhões de caixas/ano), 50 mil
estupros e 47 mil homicídios por ano, 58º lugar no ranking de educação no Pisa.
Embora a maconha possa trazer alguns
benefícios clínicos pontuais da no tratamento de algumas doenças como o
glaucoma, é importante saber sobre seus efeitos colaterais em longo prazo, tais
como: dependência, infertilidade, esquizofrenia e outras psicoses, desagregação
social, alterações cerebrais, transtornos mentais, câncer e doenças pulmonares.
Dependência — Os inquéritos mostram que 9% dos que
experimentam se tornam dependentes. Esse número chega a 1 em cada 6 no caso
daqueles que começam a usá-la na adolescência. [...]
Alterações cerebrais — Da fase pré-natal aos 21 anos de
idade o cérebro está em estado de desenvolvimento ativo, guiado pelas
experiências. Nesse período fica mais vulnerável aos insultos ambientais e à
exposição a drogas como o tetrahidrocanabinol (THC).
Adultos que se tornaram usuários na adolescência apresentam
menos conexões entre neurônios em áreas específicas do cérebro que controlam
funções como aprendizado e memória (hipocampo), atenção e percepção consciente
(precúneo), controle inibitório e tomada de decisões (lobo pré-frontal),
hábitos e rotinas (redes subcorticais). [...]
Porta de entrada — Qualquer droga psicoativa pode moldar o
cérebro para respostas exacerbadas a outras drogas. Nesse sentido, o THC não é
mais nocivo do que o álcool e a nicotina.
Transtornos mentais — O uso regular aumenta o risco de
crises de ansiedade, depressão e psicoses, em pessoas com vulnerabilidade
genética. Uso frequente, em doses elevadas, durante mais tempo, modificam o
curso da esquizofrenia, e reduzem de 2 a 6 anos o tempo para a ocorrência do
primeiro surto.
Performance escolar — Na fase de intoxicação aguda o THC
interfere com funções cognitivas críticas, efeito que se mantém por alguns
dias. O fato de a ação no sistema nervoso central persistir mesmo depois da eliminação
do THC, faz supor que o uso continuado, em doses elevadas, provoque
deficiências cognitivas duradouras, que afetam a memória e a atenção, funções
essenciais para o aprendizado.
Câncer e doenças pulmonares — Embora a relação entre
maconha e câncer de pulmão não possa ser afastada, o risco é menor do que
aquele associado ao fumo. Por outro lado, fumar maconha com regularidade,
durante anos, provoca inflamação das vias aéreas, aumenta a resistência à
passagem do ar pelos brônquios e diminui a elasticidade do tecido pulmonar,
alterações associadas ao enfisema pulmonar. Não há demonstração de que o uso
ocasional cause esses malefícios. O uso frequente agride a parede interna das
artérias e predispõe ao infarto do miocárdio, derrame cerebral e isquemias
transitórias.
O que é interessante observar no texto é que ele destaca
que o uso da maconha na adolescência é mais perigoso do que o uso na fase
adulta. Por isso não é recomendado o consumo para os adolescentes, assim como
também não é recomendado o consumo de tabaco e de álcool.
Outra coisa importante é que praticamente todos os efeitos
citados são decorrentes do uso excessivo de maconha e por longos períodos. Não
há estudos que comprovem que o uso ocasional causará esses problemas.
É o mesmo que o consumo do álcool, que se for consumido em
quantidades pequenas e com pouca frequência, dificilmente trará problemas
sérios à saúde, enquanto o consumo constante e em altas doses pode levar a
sérios problemas.
Algo que não foi mencionado pelo Dráuzio Varella é que a
quantidade de pessoas que morrem em decorrência do uso de maconha é tão ínfima,
que praticamente não existem estatísticas relacionadas a isso. É muito raro
alguém morrer por ter consumido muita maconha. Diferente do que ocorre com o
álcool, tabaco, cocaína, crack e outras drogas pesadas.
Com relação aos efeitos benéficos do uso medicinal da
maconha, destaco alguns trechos do segundo texto de Dráuzio Varella:
1) Glaucoma: doença causada pelo aumento da pressão
intraocular, pode ser combatida com os efeitos transitórios do THC na redução
da pressão interna do olho. Existem, no entanto, medicamentos bem mais
eficazes.
2) Náuseas: o tratamento das náuseas provocadas pela
quimioterapia do câncer foi uma das primeiras aplicações clínicas do THC. Hoje,
a oncologia dispõe de antieméticos mais potentes.
3) Anorexia e caquexia associada à Aids: a melhora do
apetite e o ganho de peso em doentes com Aids avançada foram descritos há mais
de 20 anos, antes mesmo de surgirem os antivirais modernos.
4) Dores crônicas: a maconha é usada há séculos com essa
finalidade. Os canabinoides exercem o efeito antiálgico ao agir em receptores
existentes no cérebro e em outros tecidos. O dronabinol, comercializado em
diversos países para uso oral, reduz a sensibilidade à dor, com menos efeitos
colaterais do que o THC fumado.
5) Inflamações: o THC e o canabidiol são dotados de efeito
anti-inflamatório que os torna candidatos a tratar enfermidades como a artrite
reumatoide e as doenças inflamatórias do trato gastrointestinal (retocolite
ulcerativa, doença de Crohn, entre outras).
6) Esclerose múltipla: o THC combate as dores neuropáticas,
a espasticidade e os distúrbios de sono causados pela doença. O Nabiximol,
canabinoide comercializado com essa indicação na Inglaterra, Canadá e outros
países com o nome de Sativex, não está disponível para os pacientes
brasileiros.
7) Epilepsia: estudo recente mostrou que 11% dos pacientes
ficaram livres das crises convulsivas com o uso de maconha com teores altos de
canabidiol; em 42% o número de crises diminuiu 80%; e em 32% dos casos a
redução variou de 25 a 60%. Canabinoides sintéticos de uso oral estão liberados
em países europeus.
Para a medicina já está claro que a maconha tanto pode
trazer malefícios, se consumida em excesso, como pode trazer benefícios, se for
usada para fins medicinais, em doses adequadas.
A maior polêmica hoje gira em torno da liberação para o uso
recreativo da maconha e não do uso medicinal. Porém hoje a maconha não é
liberada nem ao menos para fins medicinais, o que faz com que os doentes que
necessitam dela, tenham de comprá-la de traficantes, financiando assim o
narcotráfico, quando poderiam estar comprando a maconha em farmácias, gerando
empregos e impostos para o Estado.
Poderiam também estar plantando a maconha em vasos dentro de
sua própria casa, para produzir gratuitamente seus próprios remédios, da mesma
forma que quaisquer ervas medicinais podem ser plantadas em casa.
A proibição total da maconha como existe hoje é muito
prejudicial à sociedade, ao impedir que milhões de doentes não tenham acesso a
essa comprovada fonte de tratamento. Por isso é imprescindível que haja uma
modificação nas leis de forma a legalizar ao menos a venda ou o plantio da
maconha para fins medicinais.
Grupo 7
Caio
Gabriele
Gabriel H.
Samuel