sábado, 10 de dezembro de 2016

MALEFÍCIOS DO USO RECREATIVO DA MACONHA

Recentes estudos realizados pela OEA têm demonstrado que, em todos os países onde houve algum nível de liberação das drogas, o consumo aumentou entre os jovens. Porem nos lugares onde houve maior tolerância com a maconha, seu consumo aumentou em razão da queda no preço do produto, verificando-se, também, um maior consumo de outras drogas perigosas. Este é o caso de Portugal, Áustria, Holanda, Reino Unido, alguns Estados americanos e o Brasil – onde, em 2006, a legislação abrandou a pena para o consumidor.
Pesquisas apontam que o Brasil tem o maior mercado consumidor de crack do mundo e em segundo de cocaína, temos perto de 10 milhões de jovens “nem-nem” (aqueles que nem trabalham, nem estudam), um consumo frenético de Rivotril (ansiolítico, o segundo medicamento mais vendido no país, algo em torno de 14 milhões de caixas/ano), 50 mil estupros e 47 mil homicídios por ano, 58º lugar no ranking de educação no Pisa.
Embora a maconha possa trazer alguns benefícios clínicos pontuais da no tratamento de algumas doenças como o glaucoma, é importante saber sobre seus efeitos colaterais em longo prazo, tais como: dependência, infertilidade, esquizofrenia e outras psicoses, desagregação social, alterações cerebrais, transtornos mentais, câncer e doenças pulmonares.


Dependência — Os inquéritos mostram que 9% dos que experimentam se tornam dependentes. Esse número chega a 1 em cada 6 no caso daqueles que começam a usá-la na adolescência. [...]
Alterações cerebrais — Da fase pré-natal aos 21 anos de idade o cérebro está em estado de desenvolvimento ativo, guiado pelas experiências. Nesse período fica mais vulnerável aos insultos ambientais e à exposição a drogas como o tetrahidrocanabinol (THC).
Adultos que se tornaram usuários na adolescência apresentam menos conexões entre neurônios em áreas específicas do cérebro que controlam funções como aprendizado e memória (hipocampo), atenção e percepção consciente (precúneo), controle inibitório e tomada de decisões (lobo pré-frontal), hábitos e rotinas (redes subcorticais). [...]
Porta de entrada — Qualquer droga psicoativa pode moldar o cérebro para respostas exacerbadas a outras drogas. Nesse sentido, o THC não é mais nocivo do que o álcool e a nicotina.
Transtornos mentais — O uso regular aumenta o risco de crises de ansiedade, depressão e psicoses, em pessoas com vulnerabilidade genética. Uso frequente, em doses elevadas, durante mais tempo, modificam o curso da esquizofrenia, e reduzem de 2 a 6 anos o tempo para a ocorrência do primeiro surto.
Performance escolar — Na fase de intoxicação aguda o THC interfere com funções cognitivas críticas, efeito que se mantém por alguns dias. O fato de a ação no sistema nervoso central persistir mesmo depois da eliminação do THC, faz supor que o uso continuado, em doses elevadas, provoque deficiências cognitivas duradouras, que afetam a memória e a atenção, funções essenciais para o aprendizado.
Câncer e doenças pulmonares — Embora a relação entre maconha e câncer de pulmão não possa ser afastada, o risco é menor do que aquele associado ao fumo. Por outro lado, fumar maconha com regularidade, durante anos, provoca inflamação das vias aéreas, aumenta a resistência à passagem do ar pelos brônquios e diminui a elasticidade do tecido pulmonar, alterações associadas ao enfisema pulmonar. Não há demonstração de que o uso ocasional cause esses malefícios. O uso frequente agride a parede interna das artérias e predispõe ao infarto do miocárdio, derrame cerebral e isquemias transitórias.
O que é interessante observar no texto é que ele destaca que o uso da maconha na adolescência é mais perigoso do que o uso na fase adulta. Por isso não é recomendado o consumo para os adolescentes, assim como também não é recomendado o consumo de tabaco e de álcool.

Outra coisa importante é que praticamente todos os efeitos citados são decorrentes do uso excessivo de maconha e por longos períodos. Não há estudos que comprovem que o uso ocasional causará esses problemas.

É o mesmo que o consumo do álcool, que se for consumido em quantidades pequenas e com pouca frequência, dificilmente trará problemas sérios à saúde, enquanto o consumo constante e em altas doses pode levar a sérios problemas.

Algo que não foi mencionado pelo Dráuzio Varella é que a quantidade de pessoas que morrem em decorrência do uso de maconha é tão ínfima, que praticamente não existem estatísticas relacionadas a isso. É muito raro alguém morrer por ter consumido muita maconha. Diferente do que ocorre com o álcool, tabaco, cocaína, crack e outras drogas pesadas.

Com relação aos efeitos benéficos do uso medicinal da maconha, destaco alguns trechos do segundo texto de Dráuzio Varella:
1) Glaucoma: doença causada pelo aumento da pressão intraocular, pode ser combatida com os efeitos transitórios do THC na redução da pressão interna do olho. Existem, no entanto, medicamentos bem mais eficazes.
2) Náuseas: o tratamento das náuseas provocadas pela quimioterapia do câncer foi uma das primeiras aplicações clínicas do THC. Hoje, a oncologia dispõe de antieméticos mais potentes.
3) Anorexia e caquexia associada à Aids: a melhora do apetite e o ganho de peso em doentes com Aids avançada foram descritos há mais de 20 anos, antes mesmo de surgirem os antivirais modernos.
4) Dores crônicas: a maconha é usada há séculos com essa finalidade. Os canabinoides exercem o efeito antiálgico ao agir em receptores existentes no cérebro e em outros tecidos. O dronabinol, comercializado em diversos países para uso oral, reduz a sensibilidade à dor, com menos efeitos colaterais do que o THC fumado.
5) Inflamações: o THC e o canabidiol são dotados de efeito anti-inflamatório que os torna candidatos a tratar enfermidades como a artrite reumatoide e as doenças inflamatórias do trato gastrointestinal (retocolite ulcerativa, doença de Crohn, entre outras).
6) Esclerose múltipla: o THC combate as dores neuropáticas, a espasticidade e os distúrbios de sono causados pela doença. O Nabiximol, canabinoide comercializado com essa indicação na Inglaterra, Canadá e outros países com o nome de Sativex, não está disponível para os pacientes brasileiros.
7) Epilepsia: estudo recente mostrou que 11% dos pacientes ficaram livres das crises convulsivas com o uso de maconha com teores altos de canabidiol; em 42% o número de crises diminuiu 80%; e em 32% dos casos a redução variou de 25 a 60%. Canabinoides sintéticos de uso oral estão liberados em países europeus.
Para a medicina já está claro que a maconha tanto pode trazer malefícios, se consumida em excesso, como pode trazer benefícios, se for usada para fins medicinais, em doses adequadas.

A maior polêmica hoje gira em torno da liberação para o uso recreativo da maconha e não do uso medicinal. Porém hoje a maconha não é liberada nem ao menos para fins medicinais, o que faz com que os doentes que necessitam dela, tenham de comprá-la de traficantes, financiando assim o narcotráfico, quando poderiam estar comprando a maconha em farmácias, gerando empregos e impostos para o Estado.

Poderiam também estar plantando a maconha em vasos dentro de sua própria casa, para produzir gratuitamente seus próprios remédios, da mesma forma que quaisquer ervas medicinais podem ser plantadas em casa.

A proibição total da maconha como existe hoje é muito prejudicial à sociedade, ao impedir que milhões de doentes não tenham acesso a essa comprovada fonte de tratamento. Por isso é imprescindível que haja uma modificação nas leis de forma a legalizar ao menos a venda ou o plantio da maconha para fins medicinais.

Grupo 7
Caio
Gabriele
Gabriel H.
Samuel

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